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BARATA ELETRICA, numero 31      
Sao Paulo, 18/11/2006
Cidade Universitária     







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Oi, gente!! Demorei um pouco, né? Bom, se eu fosse fazer um livro só sobre os meus sufocos, faria uma enciclópedia logo de uma vez. Não foram poucos. Só na parte de dinheiro, por exemplo, durante um tempo tive que deixar o cabelo crescer, por falta de grana. Talvez seja a tal da Andropausa, talvez seja uma tentativa de assalto em que eu sobrevivi (fazem 2 anos mas e daí?).. o fato é que estou pensando muito no que vou fazer da vida. Doutorado, só se for fora do Brasil. Mas chega de conversa! O fanzine continua, atrasado mas continua. Não vou deixar de escrever.

O ruim é que estou quase chegando a conclusão que escrever o fanzine é pouco, tenho que editar um livro logo. Estou até pensando nisso. Mas com calma. O Brasil não é um país onde se pode ir atrás de uma idéia só porquê se gosta dela. Nana ni nanã. Nada disso. Para escrever um livro, por exemplo sobre.. histórias de caras que curtem computador. Me parece uma idéia boa. Poderia ser um sucesso de vendas. Mas precisa saber escrever. Não sei se ainda estou a altura. Pior, não é tão simples assim publicar. E pior, tem que pensar nos caras que vão roubar as idéias.

Dispensa explicações, né? Durante o ano, encontrei vários caras com páginas cheias de textos super-legais. E esses caras nem pensavam direito em como evitar ser plagiados. Puxa, fui numa palestra com a Bruna Surfistinha e até ela já passou por problemas de plágio no blog dela. Se vc tem uma idéia legal, precisa saber dos detalhes envolvidos. É bom.

Meu pior choque foi ir atrás de uns cursos de redação jornalística. Fiz vários. Num deles, encontrei alguém que admiro muito como escritor. O sujeito entende de escrever livro. E ainda está vivo. O livro dele tinha ganhado prêmios. Uma pesquisa de anos. Foi lançado por uma editora até famosa. E seu livro estava sendo vendido numa época em que havia uma novela falando do mesmo tema. Entende? Imagina aquele seriado de TV, "Casa das 7 mulheres". As editoras lançavam biografias e livros sobre aquela época, durante a novela. Para aproveitar o embalo, o interesse do público. Pois é. Este meu conhecido tinha um super livro lançado na época de uma novela com o mesmo tema do livro. E rompeu o contrato com a editora, assim mesmo. Pelo visto, não estava recebendo muito dinheiro ou a editora estava lhe pasando a perna.

Decepção. Um autor que eu admiro lança um ótimo livro com um tema que tem tudo para virar best-seller e quebra o contrato? Não é o único caso que ouvi falar. Bom, isso só serviu para confirmar que não vale a pena eu escrever um livro pensando em ganhar dinheiro. Viver de direitos autorais é algo difícil. E até perigoso, tem muito analfabeto funcional no Brasil. O cara que lê, sabe ler, mas que não entende aquilo que lê. Gente que não entende que ficar famoso não significa absolutamente nada, pode até atrapalhar a sua vida. As pessoas não querem contratar gente famosa. Quem vai contratar um sujeito que foi conhecido como "hacker" (adianta falar que só escrevo, não faço?).

Então o livro ainda vai sair, mas não sei se num futuro próximo. Que eu é que não quero ficar sem perspectivas de ser empregado só porque um analfabeto funcional decidiu que sou "elemento perigoso". Desempregado só porquê saiu minha foto em algum lugar me chamando de "hacker". Não senhor.. Não escrevo pensando em dinheiro. Poderia já ter lançado vários livros. Escrevo porquê curto escrever, porquê tenho fãs (ou coisa parecida). Não fosse o problema de ser plagiado por alguma editora nem pensava em registrar meus textos.

Pensando nisso, como forma de desabafo, escrevi o texto sobre o que é ficar famoso. Na verdade, virou uma espécie de livro. O que eu tive de cortar no texto não está no gibi. Não fosse isso, teria lançado o fanzine uns 6 meses atrás. Estava com coceira nos dedos. Há bastante coisa que dá para aproveitar em outros textos e até serve como ponto de partida para outros livros. Essa coisa de ficar famoso é muito mais sonho de todo mundo do que eu imaginava.

Resolvi escrever sobre o que é arrumar um emprego, aquele tão sonhado emprego fixo, com carteira assinada, aquele sonho de muita gente. Trabalhar é ótimo. Porém, quem nunca trabalhou antes, pode escapar de poucas e boas se ler o que escrevi. Sim, porquê evita a chance de ser demitido por besteira. Dava outro livro, esse artigo. Escrevi porquê já tive a experiência de ouvir uma conversa semelhante num ônibus. Acabei descendo bem longe do ponto onde ia descer. Mas ouvir essa conversa me ajudou em várias coisas. Estou passando adiante conhecimento. O ruim (bom?) foi quando fiz test-drive desse texto. Alguns me passaram adiante outras histórias, me estimularam. Foi um custo parar de escrever. E ainda assim editei muita coisa para não ficar grande.

Sobre vestibular, puxa, era para ter lançado esse texto no início do ano, não agora, nessa época já próxima das provas. Que droga.. bom, esse texto ainda pode ser relançado ou difundido na Internet inúmeras vezes. A minha idéia mesmo era ver se faço o fanzine mais interessante para a juventude. O texto sobre como registrar seu texto acho que o título fala por si. Podem não pagar nada pelo seu texto, pela sua imagem, pela sua produção intelectual. Mas que você também pode ir atrás deles e fazer as pessoas pagarem, isso também é possível.

O discurso do Ministro Gilberto Gil sobre hackers tem tudo a ver. Já houve época em que gostei mais da música dele. Mas o discurso tem conteúdo que foi inclusive repetido em outros lugares como Barcelona. Puxa, se todo mundo pensasse igual a ele não seria o fim dos problemas da humanidade mas pelo menos para mim, seria um bom começo. Apesar de estar na USP na época infelizmente eu perdi esse discurso.

Os quadrinhos que coloquei são auto-explicativos. Na verdade eu tinha um personagem de histórias em quadrinhos mais a ver com informática. Mas acabei achando que não era uma boa lançar na Internet. Pode ser plagiado.

Ainda tem muito material que deixei de fora para este número do fanzine. Quem sabe até o final do ano tem mais.

Boa leitura. rnet. Pode ser plagiado.

Ainda tem muito material que deixei de fora para este número do fanzine. Quem sabe até o final do ano tem mais.

Boa leitura.