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BARATA ELETRICA, numero 22
Sao Paulo, 9 de dezembro de 1999
Cidade Universitária
Bom, afinal saiu mais um número. Não está muito fácil, mas tô tentando manter a qualidade, ao invés da quantidade. Oh, sim, alguns vão falar que meu nível está decaindo. Mas isso é um fanzine, não uma revista comercial. O editor tem que se divertir fazendo, também.E estou bem atarefado com minha qualificação para o mestrado. Para não falar que escrevi dois livros e tô tentando escrever mais dois, incluindo o tema deste fanzine. Não me peçam detalhes destes livros, não vou dar. E rapaz, quando penso no que é escrever no Brasil.. Fiz esse artigozinho, enfocando o direito autoral, para comentar algo que não poderia comentar, meus problemas de direito autoral. Acho muito chato, porque todo mundo me pergunta. E não se dão conta de que eu não posso responder todas as perguntas. Querem um tipo de assunto que não posso detalhar.
Uma coisa aprendi, quando fui numa delegacia pela primeira vez. Atenha-se aos fatos. O fato que aprendi é: tenho um grande caso na minha mão. Um dos primeiros a ver o direito autoral na internet brasileira. E não tenho tempo para ficar em cima dele. Como todo mundo, o bandido meteu a mão em algo que me pertence. Mas de acordo com a lei, não se pode simplesmente sair dando socos na pessoa. As pessoas adorariam ver isso. Algo parecido como justiça ou compensação contra uma injustiça. Mas não é assim que funciona.
Na prática, se você enche de socos uma pessoa que está tentando te roubar, pode ser autuado por agressão física. Defesa do patrimônio não engloba o uso excessivo de violência. Se o advogado do ladrão for melhor, ele pode inventar várias coisas. Não interessa que sejam mentira. Tudo tem que ser provado. Quem quiser mesmo, deveria assistir o filme brasileiro "O Beijo". (Antônio Fagundes e Maitê Proença no elenco). Pra ter uma idéia de como pode ser lenta, a justiça no Brasil. O final é feliz, mas e daí? Gostaria de saber é se os outros colegas meus (que também tiveram textos pirateados) fizeram acordo ou simplesmente desistiram. Alguns, como o Hugo Cisneiros, responsável por um excelente manual de Linux que está sendo pirateado por aí (digo: estão ganhando dinheiro com o trabalho dele sem dar crédito) parece que ainda não tá nessa.
Acabei fazendo outro texto sobre namoro para Nerds. Fazer o quê? Recebi muito elogio de mulheres bonitas, por conta do outro. E aqui entre nós, opinião de mulher bonita conta. Pior é que acabei fazendo um livro, no processo. Outro, além dos que estava planejando fazer. Saiu até mais rápido. Não tive que pensar em legislação. O artigo foi apenas um "gostinho".
O texto sobre escuta é porque achei algo mais detalhado sobre o assunto do que o que escrevi, no número anterior, sobre o filme a conversação. Sem comentários. Hoje, é paranóia. Amanhã, quem sabe? Já o texto sobre POÁ, o apelido carinhoso que os gauchos dão a Porto Alegre, nem vou comentar muito. Leiam. Outro "gostinho" do que vai sair em livro mais tarde. Esse pessoal é capaz de fazer um encontro antes do meu, aqui em Sampa.
O acoplador acústico de telefone foi um artigozinho legal que peguei na internet (pedi pros caras) e coloquei aí. Tudo pelo social. Se você estiver algum lugar distante, onde só tem orelhão e quiser, via pop, puxar e enviar emails, quem sabe isso quebre seu galho.
Sobre o texto do Uzix, foi uma adição de última hora. Fantástico. Sempre ouvi falar do pessoal do MSX. Podem falar que não serve para nada, mas para mim isso é um "hack". É GNU, é uma coisa que o cara tava afim de fazer e fez. Achei fantástico.
É isso. Quanto ao resto, uma feliz passagem de ano. Um bom emprego de 5 mil dólares/mensais pra vocês.