BARATA ELÉTRICA
http://www1.webng.com/curupira/index.html Email derneval@gmail.com Índice
INTRODUÇÃO:
São Paulo, 31 de Março de 1998 (lembra alguma data?)
Demorou, mas finalmente chegou. Como de costume. Eu gostaria de poder fazer
chegar mais rápido, mas atualmente, creio que os próximos
números vão aparecer quando eu puder aparecer com eles.
Agradeço pra caramba o pessoal que está oferecendo ajuda pra
ver se edito mais rápido, mas.. não é mais uma questão
de ajuda. Dividir o trabalho de editar entre várias pessoas, isso
não vou fazer, com certeza. Puxa, eu estive carregando o fanzine nas
costas este tempo todo e vou continuar fazendo isso. O que está rolando
é que a vida não está fácil. Entrei na Pós,
mas os problemas continuam. Pra começar, ainda não arrumei
emprego. Houve gente que me mandou dicas, até de concurso, mas umas
eu pisei na bola, outras eu fiquei com medo de aceitar e algumas eram só
desculpa pra me conhecer ou ficar meu amigo, sem intenção real
de emprego. Como meus horários de cursos da
Pós-graduação são a tarde, está difícil
encaixar um emprego. Qualquer hora, vou desistir e me concentrar na vida
profissional. Infelizmente, transformar o BE em empresa está fora
de questão. Estou vivendo de bicos ocasionais, tipo dar aula e fazer
umas páginas html, coisa bem simples. É nessas horas que fico
com inveja de outros fanzines, que investiram mais em visual do que
conteúdo.
Falando em fanzines, um monte de
novos hackerzines apareceram. Muitos só tem o nome e o email do autor
de coisa nova, o resto é Cntrl-C, Cntrl-V do Barata Elétrica.
Ou de outros fanzines. E é uma baixaria, pois existem aqueles
que nem respeitam os direitos autorais de quem escreveu a coisa. Fazem como
se fosse eles que tivessem escrito.. fantástico. Por isso é
que estou colocando todas essas leis que apareceram. Ia colocar a
legislação de imprensa também, mas aí o BE ia
não só ficar grande demais como ia parecer o Diário
Oficial. Mas mesmo parecendo o DO, tem coisa importante. É melhor
imprimir e ler.
Que mais? Entrei numa síndrome
de Zellig. Poderia até dizer que é uma lei de Murphy
que descobri, conversando com um amigo meu. É quando você lê
os classificados em busca de emprego, vê que não sabe tudo o
que estão pedindo e resolve aprender pra colocar no Curriculum Vitae,
pra ver se pelo menos te chamam pra entrevista. Vocês não imaginam
a caca que que é, aprender NT. O mais chato é que não
adianta muito, não chamam. Aí cheguei na de mergulhar em Java
e C++, enquanto estudava espanhol pra uma prova de proficiênica em
língua estrangeira. Quase pirei, aí descobri que os caras aceitavam
inglês.
Um dia, entrei numa página
de consultoria, fiquei até com a imprensão de que os caras
botam anúncios no jornal, mas não é pra contratar gente.
É pra saber quem foi despedido de onde. Esse onde aí pode ser
uma empresa que está procurando por uma consultoria pra terceirizar
seus serviços.. vai saber.. realmente é piração,
mas quando penso na quantidade de currículos que mandei e não
recebi resposta ou a resposta não deu em nada, fico com uma pulga
atrás da orelha. Um repórter, hoje editor de revista de internet,
me mandou uma oferta de "crescimento profissional", uma coluna na revista
dele. Publicação até boa, sem lances anti-hacker. E
o histórico do cara não é anti-hacker, também.
Só que a conversa fudeu logo de cara.
O sujeito queria discutir
por telefone, mas eu não tenho a mínima paciência pra
procurar gente pelo telefone. Só se puder marcar um horário
e a pessoa estiver mesmo lá. E também não queria
logo de cara discutir o que ia pagar, que é a primeira coisa que eu
queria saber. Lógico. Business is business. Não tô nem
aí pra crescimento profissional, não tenho diploma de jornalista.
Fazer uma reportagem dá grana. Projeção eu tenho com
o Barata Elétrica. Até me assusta. Tinha até lance de
botar foto na página. Uma coluna, em suma. Que nem um outro me ofereceu
numa revista aí. Bom, desisti de contatar o cara por fone, aí
quebramos o pau via email. O sujeito ficou chateado com algumas coisas, como
o fato de que não queria propaganda de firewall perto da minha
matéria e me achou muito neurótico com minhas
preocupações. Então, eu pensei que talvez não
fosse ainda o momento pra entrar nesse negócio de escrever pra revista.
Ia beneficiar a revista, não a mim, pessoa física. E o momento
não é pra ninguém aparecer e chamar a si próprio
de hacker. Fez bem pro ego, mas nada feito. Eu acabei tratando
o cara como gostaria de ter tratado um (*) que chamou pra fazer uma
matéria pra uma NetTV. No início, cheio de elogios, depois
de duas horas (em termos) conversando, veio o pedido: "dava pra você
chamar um cara bem sacana, pra ilustrar melhor a matéria"? No fundo
do fundo, repórter quer é isso, não adianta.
Irritante foi conversar
com um repórter do Estadão. Sabe como os caras fazem matéria
de hacker? Vão primeiro ler o livro do Shimamura. Uma coisa que dá
vontade de mandar o cara tomar no cú. O pior livro dos 3 que foram
escritos sobre o episódio, na minha modesta opinião (Vi num
sebo por 5R$ e não comprei). E dias depois não sei se foi a
mesma pessoa, mandou uma matéria com a seguinte frase: "pra maioria
do pessoal de segurança do Brasil, os hackers são ameaça".
Subentenda-se: pra quem manja, hacker é mau. Claro. Usam o nome de
hacker pra tudo que não entendem de coisa ruim que acontece. O carinha
de Israel que foi preso porque ficou gabando das suas proezas pra uma revista
é mau, porque não fez isso por dinheiro, nem por a mando de
uma agência de espionagem, muito menos pra sacanear e dar motivo pro
Pentágono pedir mais verba pra segurança. A matéria
da VEJA mostrou pelo menos isso, que o cara não tinha más
intenções, nem danificou nada, até ajudou.
Aí eu me lembro
de dentista.. alguém gosta de ir no dentista? Não. Sofre antes,
durante e depois. Você está com um probleminha qualquer, é
só ir lá, fazer o orçamento e já começa
a sentir a dor. O cara faz questão de te assustar pra ver se
você realmente paga ele pra fazer aquele absurdo de operação.
E pior, pode até te convencer que está te fazendo um favor.
"Oh, o meu dentista é bom, me avisou que aquele trincadinho no meu
dente podia virar uma dor de cabeça". Não vai falar que os
raios X que está tirando podem ter a prata reaproveitada, possibilitando
uma renda adicional de um material que foi pago por você (e vai te
convencer a ficar com eles). Algumas Agências de Segurança contra
Hackers que estão aparecendo no Brasil, devem estar funcionando mais
ou menos no mesmo esquema: "assusta o cara, fazendo ele ficar com medo, depois
mostra a conta". Ao invés de fazer a escovação de dentes
diária, vulgo prevenção, o sujeito prefere a coisa f(*)
e pagar o especialista depois. O mais interessante é que com as constantes
atualizações de software, o trabalho de especialistas tem que
ser refeito, software novo, cadê o telefone da segurança?
E de qual
prevenção que falo? Contratar gente capaz, dar um salário
decente, investir no treinamento do pessoal, desenvolver rotinas de backup,
esquecer essa coisa de terceirizar o departamento de informática ou
investir somente em hardware e software. A maioria das cagadas não
é feita por hackers, crackers ou vírus e sim por pessoal
destreinado que formata ou não faz backups e muitas vezes, por software
com defeito. Depois, não adianta ficar contratando gente só
pra consertar cagadas. Como também não adianta investir
em software super-fácil e depois ficar atualizando pra ver se finalmente
a impressora funciona. O funcionário mal pago vai rezar pra que um
cracker apareça e destrua o trabalho que está atrasado por
conta de preguiça ou falta de ânimo. Mas que que adianta falar
isso.. ninguém ouve. Os caras preferem morrer a pagar cursos de
informática pros seus funcionários. Preferem ir ao dentista
do que escovar os dentes. E isso não é nada. Preferem ficar
com medo de um invasor pela rede do que de perder equipamentos por conta
de humidade, poeira, má instalação elétrica,
etc, etc ..
Bom, pra comentar
o material, tive a ótima colaboração de dois fussadores
de micro. Espero que no futuro, mais gente se ofereça. A matéria
do escritor de vírus poderia ter saído ainda melhor.
Paciência. Quando eu escrever o meu livro, sairá melhor. A luta
de um jovem pra conseguir ser piloto de provas de games, oh, inveja. Como
já disse, é bom ler sobre a legislação. Evita
despesas com advogados.. A seção de News está bastante
razoável. Tem que estar, depois do tempo que investi nela. Quase 70
a 80% do total. Não sei porque encanei de fazer com divisórias.
Brincar de html dificulta um pouco. E não acho que ficou bom. A
matéria de "Engenharia Social" na Ditadura, você pode achar
que é preservar uma coisa já passada. Tudo bem.
Continue assistindo
televisão, algum dia passa de novo o filme da Favela Naval. Quanto
a desinformação, é melhor se ligar. Você acredita
realmente que ver aquele monte de matérias na TV é
informação? Jura? E porque que eu me preocupo tanto com isso
se eu faço propaganda de que meu fanzine é sobre hackers? Posso
estar desinformando? Pode ser. Mas hacking pra mim e pra alguns, entre
outras coisas, é ter acesso a informação. Foi isso que
fez a internet ser sucesso. Um acesso barato e rápido a
informação. A informação mais fácil de
acessar, a do rádio e da TV pode ser a mais enganadora. Os caras não
tem tempo pra analisar a notícia que estão pondo no ar. E eu
tenho esperança de ensinar o pessoal a enxergar. Posso estar desviando
um pouco do caminho, mas não estou perdido..
INTRODUÇÃO
CRÉDITOS
INFORMAÇÃO E
DESINFORMAÇÃO
PILOTO DE PROVAS DE GAME
ENTREVISTA COM UM AUTOR DE VÍRUS
(BRASILEIRO)
ENGENHARIA SOCIAL A MODA DA DITADURA
LEGISLAÇÃO:
TEXTOS BONS, RUINS E PIADAS SOBRE A
MICROSOFT
NEWS
BIBLIOGRAFIA