Índice da Linha do Tempo
- 1991 – Criação do HTML (Tim Berners-Lee)
- História da SGML (A Base do HTML)
- 1993 – Primeira versão pública do HTML
- 1995 – HTML 2.0 (IETF)
- 1997 – HTML 3.2 (W3C)
- 1999 – HTML 4.01
- 2000 – XHTML 1.0
- 2004 – Recomeço do HTML com WHATWG
- 2008 – Primeira especificação pública do HTML5
- 2014 – HTML5 é finalizado pelo W3C
- 2019–2025 – HTML Moderno e Living Standard
1991 – Criação do HTML por Tim Berners-Lee
Berners-Lee desenvolve o primeiro rascunho do HTML enquanto trabalhava no CERN.
- Baseado na ideia de hipertexto, o HTML permitia vincular documentos entre si.
- Não havia padrão oficial — apenas um conjunto de 18 tags básicas como
<p>
,<a>
,<img>
.
Berners-Lee queria facilitar o compartilhamento de documentos científicos entre pesquisadores. A ideia era criar uma rede onde os documentos pudessem ser acessados e interligados por meio de hiperlinks.
- O HTML foi inspirado na linguagem SGML (Standard Generalized Markup Language), que já era usada para estruturar documentos. O HTML herdou dela várias tags como <title>, <p>, <h1>, mas trouxe uma inovação essencial: os hiperlinks, que permitiam conectar páginas entre si.
A Linguagem SGML (Standard Generalized Markup Language)
A linguagem SGML (Standard Generalized Markup Language) tem uma história que começa nos anos 1960.
1969 – Criação da GML (Generalized Markup Language)
- Desenvolvida por Charles Goldfarb, Edward Mosher e Raymond Lorie na IBM.
- GML foi criada para estruturar documentos técnicos e administrativos.
- As iniciais dos criadores formam o nome “GML”.
1974 – GML é adotada internamente pela IBM
- Usada para documentação de produtos e manuais.
- Ganhou popularidade por permitir que documentos fossem reutilizados em diferentes formatos.
1986 – SGML é padronizada como norma ISO 8879
- SGML é oficialmente reconhecida como uma norma internacional para definição de linguagens de marcação.
- É uma metalinguagem, ou seja, uma linguagem para definir outras linguagens de marcação.
- Permite criar DTDs (Document Type Definitions) para validar a estrutura de documentos.
Final dos anos 1980 – SGML começa a ser usada em setores industriais
- Indústrias como aeroespacial, governamental e editorial adotam SGML para documentação técnica.
- Sua principal vantagem: longevidade e portabilidade dos documentos.
Exemplo de Código SGML (circa 1986–1990)
<!DOCTYPE report SYSTEM "report.dtd">
<report>
<title>Relatório Técnico de Manutenção</title>
<author>
<name>Felipe Andrade</name>
<department>Engenharia</department>
</author>
<date>1990-10-03</date>
<section>
<heading>Introdução</heading>
<para>Este relatório descreve os procedimentos de manutenção realizados no sistema hidráulico do modelo X-200.</para>
</section>
<section>
<heading>Procedimentos</heading>
<para>Foram seguidos os protocolos descritos no manual técnico versão 3.1.</para>
</section>
</report>
Explicação dos Componentes
<!DOCTYPE report SYSTEM "report.dtd">
: define o tipo de documento e aponta para um DTD (Document Type Definition), que valida a estrutura.<report>
: elemento raiz do documento.<title>
,<author>
,<section>
: elementos definidos no DTD.<para>
: parágrafo de texto.- SGML exige que todos os elementos sejam definidos previamente em um DTD, o que o torna poderoso, mas complexo.
Aqui está um exemplo de um arquivo SGML DTD chamado report.dtd
, que define a estrutura do documento report.sgml
que vimos antes. Esse DTD especifica os elementos permitidos, suas hierarquias e atributos.
Exemplo de report.dtd
<!ELEMENT report (title, author, date, section+)>
<!ELEMENT title (#PCDATA)>
<!ELEMENT author (name, department)>
<!ELEMENT name (#PCDATA)>
<!ELEMENT department (#PCDATA)>
<!ELEMENT date (#PCDATA)>
<!ELEMENT section (heading, para+)>
<!ELEMENT heading (#PCDATA)>
<!ELEMENT para (#PCDATA)>
Explicação Técnica
<!ELEMENT report (title, author, date, section+)>
: Define que o elemento raiz<report>
deve conter exatamente um<title>
, um<author>
, um<date>
e uma ou mais<section>
.<!ELEMENT title (#PCDATA)>
: O conteúdo de<title>
é texto simples (Parsed Character Data).<!ELEMENT author (name, department)>
: O autor é composto por<name>
e<department>
.<!ELEMENT section (heading, para+)>
: Cada seção tem um título (<heading>
) e um ou mais parágrafos (<para>
).
Você pode referenciar esse DTD no topo do seu documento SGML assim:
<!DOCTYPE report SYSTEM "report.dtd">
E então criar o documento report.sgml
com base nessa estrutura.
1993 – Primeira versão pública do HTML
Lançada como um rascunho informal chamado HTML Tags.
- Popularizada com o navegador Mosaic, que ajudou a difundir a web.
- Ainda não havia padronização formal.
Em 1993, a primeira versão pública do HTML foi formalmente proposta por Tim Berners-Lee e Dan Connolly, marcando o início da padronização da linguagem que viria a sustentar toda a World Wide Web. Essa versão continha um conjunto limitado de tags, voltadas exclusivamente para estruturação básica de documentos hipertextuais.
Contexto técnico e histórico
- Ano: Junho de 1993
- Evento: Publicação do primeiro draft oficial da linguagem HTML pela IETF (Internet Engineering Task Force)
- Autores: Tim Berners-Lee (criador da Web) e Dan Connolly (pesquisador do CERN e membro do W3C)
Esse documento foi a primeira tentativa de formalizar o HTML como uma linguagem padrão, baseada em SGML. Embora o draft tenha expirado seis meses depois, ele serviu como base para o desenvolvimento do HTML 2.0, lançado em 1995.
Características da versão HTML de 1993
- Baseada em SGML: HTML foi concebido como uma aplicação de SGML, o que significa que sua estrutura era definida por um DTD (Document Type Definition).
- Sem interatividade: Não havia suporte para scripts, formulários dinâmicos ou estilos visuais. Os sites eram completamente estáticos.
- Foco em hipertexto: A principal inovação era a capacidade de criar hiperlinks entre documentos, algo que SGML não oferecia.
Conjunto de Tags da versão original
A versão de 1993 incluía cerca de 18 a 20 tags, todas voltadas para estruturação de conteúdo textual. Aqui estão as principais:
Tag Função <html>
Define o início do documento HTML <head>
Contém metadados e título da página <title>
Define o título exibido na aba do navegador <body>
Contém o conteúdo visível da página <h1>
a<h6>
Cabeçalhos de diferentes níveis <p>
Parágrafo de texto <a>
Hiperlink para outra página ou recurso <ul>
,<ol>
,<li>
Listas não ordenadas e ordenadas <pre>
Texto pré-formatado (mantém espaços e quebras) <br>
Quebra de linha <hr>
Linha horizontal (separador visual) <img>
Inserção de imagem <address>
Informações de contato <blockquote>
Citação em bloco <em>
,<strong>
Ênfase e destaque semântico
Essas tags permitiam criar páginas simples, com títulos, parágrafos, listas e links — o suficiente para estruturar documentos científicos e institucionais.
Exemplo de código HTML de 1993
<html>
<head>
<title>Minha Primeira Página</title>
</head>
<body>
<h1>Bem-vindo à Web</h1>
<p>Este é um parágrafo de exemplo.</p>
<a href="http://info.cern.ch">Visite o CERN</a>
<hr>
<address>Sao Paulo, Brasil</address>
</body>
</html>
Link para oo draft original publicado na IETF https://datatracker.ietf.org/doc/html/draft-ietf-iiir-html-00
Como navegadores antigos interpretavam HTML com SGML
Navegadores entre 1993 e 1997 (Mosaic, Netscape, IE)
- Reconheciam a estrutura SGML básica, como:
- Tags de abertura e fechamento (
<p>
,</p>
) - Atributos (
<img src="foto.jpg">
) - Comentários (
<!-- comentário -->
) - DOCTYPE (
<!DOCTYPE HTML PUBLIC "...">
)
- Tags de abertura e fechamento (
- Não carregavam nem processavam o DTD externo.
- Eles tinham um parser interno simplificado, que reconhecia um subconjunto de SGML.
- Isso permitia tolerância a erros: tags mal fechadas, atributos malformados, etc.
- Não validavam documentos contra o DTD.
- A validação era feita por ferramentas externas (como SGMLS).
- O navegador apenas “tentava renderizar” o que recebia.
Exemplo prático: HTML com SGML em 1994
<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//IETF//DTD HTML//EN">
<html>
<head>
<title>Exemplo SGML</title>
</head>
<body>
<h1>Hello World!</h1>
<p>Este parágrafo está dentro da estrutura SGML.</p>
<img src="foto.jpg">
</body>
</html>
- O navegador não baixava o DTD.
- Ele usava regras internas para interpretar
<html>
,<head>
,<body>
, etc. - Se você esquecesse
</p>
, ele ainda renderizaria o parágrafo.
Navegadores antigos precisavam entender SGML parcialmente, mas não o implementavam por completo.
1995 – HTML 2.0 (IETF)
Primeira especificação oficial publicada pela Internet Engineering Task Force (IETF).
- Consolidou as tags existentes e introduziu elementos como
<form>
para entrada de dados. - Tornou-se o padrão para criação de páginas web até 1997.
Em 1995, o HTML 2.0 foi publicado como a primeira especificação oficial da linguagem HTML pela IETF (Internet Engineering Task Force), consolidando os padrões usados na Web desde 1990 e estabelecendo uma base técnica formal para o desenvolvimento de navegadores, editores e servidores web.
O que foi o HTML 2.0?
- Publicação oficial: Novembro de 1995, como RFC 1866.
- Autores: Tim Berners-Lee (MIT/W3C) e Dan Connolly (Atrium).
- Organização responsável: IETF – HTML Working Group.
- Objetivo: Formalizar o HTML como uma aplicação de SGML e padronizar os elementos, atributos e estrutura usados na Web até então.
HTML como aplicação de SGML
- HTML 2.0 é definido como uma aplicação da norma ISO 8879:1986 (SGML).
- Isso significa que:
- Todo documento HTML é um documento SGML.
- A estrutura é validada por um DTD (Document Type Definition).
- Elementos, atributos e entidades seguem regras formais de SGML.
Tipos de conteúdo suportados
- Hipertexto: links entre documentos.
- Documentação técnica: manuais, artigos, relatórios.
- Formulários: coleta de dados do usuário.
- Gráficos embutidos: imagens inline com
<IMG>
.
Principais elementos definidos
HTML 2.0 consolidou cerca de 50 elementos, incluindo:
Categoria Exemplos de Tags Estrutura do documento <HTML>
,<HEAD>
,<BODY>
,<TITLE>
Texto e cabeçalhos <P>
,<H1>
a<H6>
,<ADDRESS>
,<PRE>
Links e âncoras <A>
com atributosHREF
,NAME
,TITLE
Listas <UL>
,<OL>
,<LI>
,<DL>
,<DT>
,<DD>
Imagens <IMG>
comSRC
,ALT
,ALIGN
Formulários <FORM>
,<INPUT>
,<TEXTAREA>
,<SELECT>
Estilo semântico <EM>
,<STRONG>
,<CODE>
,<CITE>
Separadores visuais <HR>
,<BR>
Formulários: uma grande novidade
HTML 2.0 introduziu suporte formal a formulários interativos, com elementos como:
<form action="/processa" method="post">
<input type="text" name="nome">
<input type="submit" value="Enviar">
</form>
- Isso permitiu que páginas HTML coletassem dados do usuário e os enviassem para servidores.
- Foi o início da Web interativa.
DOCTYPE e DTD
- A especificação incluía um DTD completo para validar documentos HTML.
- Exemplo de DOCTYPE usado:
<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//IETF//DTD HTML 2.0//EN">
- Isso indicava que o documento seguia as regras do DTD publicado no RFC 1866.
Impacto histórico
- Padronização: HTML 2.0 foi a primeira tentativa de tornar o HTML uma linguagem formal e interoperável.
- Compatibilidade: Consolidou práticas comuns usadas até 1994, garantindo que navegadores interpretassem documentos de forma consistente.
- Base para evolução: Serviu como fundação para o HTML 3.2, 4.01, XHTML e, posteriormente, HTML5.
Limitações do HTML 2.0
- Sem suporte a tabelas, frames ou scripts.
- Estilo visual limitado: não havia CSS; a aparência era controlada por elementos como
<FONT>
(introduzido depois). - Sem multimídia nativa: áudio e vídeo exigiam plugins externos.
Fontes e leitura recomendada:
1997 – HTML 3.2 (W3C)
O W3C assume o desenvolvimento do HTML.
- HTML 3.0 foi proposto mas abandonado por ser complexo demais.
- HTML 3.2 introduziu suporte a scripts (como JavaScript), tabelas (
<table>
) e estilos (<style>
).
Em janeiro de 1997, o W3C (World Wide Web Consortium) publicou o HTML 3.2 como a primeira versão oficial da linguagem HTML sob sua supervisão. Essa versão consolidou práticas comuns da web comercial emergente, incorporando elementos visuais, tabelas, scripts e maior compatibilidade entre navegadores — marcando a transição da web acadêmica para a web interativa e estilizada.
- Antes do HTML 3.2: O HTML 2.0 (1995) padronizou a estrutura básica da linguagem, mas não incluía suporte a tabelas, scripts ou estilos visuais. O HTML 3.0 foi proposto em 1995 por Dave Raggett, mas era ambicioso demais e nunca foi formalmente adotado.
- Motivação do HTML 3.2: Consolidar os elementos que já estavam sendo usados pelos navegadores (Netscape Navigator, Internet Explorer) e garantir interoperabilidade entre eles.
- Publicação oficial: 14 de janeiro de 1997, pelo W3C — tornando-se a primeira versão “oficial” da linguagem HTML sob os padrões da Web moderna.
Principais avanços do HTML 3.2
🔹 1. Tabelas
- Introdução do elemento
<TABLE>
com suporte a:<TR>
(table row)<TD>
(table data)<TH>
(table header)- Atributos como
ALIGN
,VALIGN
,BORDER
,WIDTH
<table border="1">
<tr>
<th>Nome</th>
<th>Idade</th>
</tr>
<tr>
<td>Felipe</td>
<td>25</td>
</tr>
</table>
🔹 2. Scripts com <SCRIPT>
- Suporte formal ao uso de JavaScript e outras linguagens de script.
- Permitiu interatividade em páginas web: validação de formulários, animações, manipulação do DOM.
<script type="text/javascript">
alert("Bem-vindo à HTML 3.2!");
</script>
🔹 3. Estilo visual com <FONT>
e <CENTER>
- Introdução de elementos para controle visual direto:
<FONT>
com atributosCOLOR
,SIZE
,FACE
<CENTER>
para centralizar conteúdo<DIV>
e<SPAN>
começaram a ser usados para agrupamento e estilização
<center>
<font color="blue" size="4">Texto centralizado e azul</font>
</center>
🔹 4. Applets Java com <APPLET>
- Permitiu a incorporação de applets Java diretamente na página.
- Usado para gráficos, jogos, animações e aplicações interativas.
<applet code="Relogio.class" width="200" height="100"></applet>
🔹 5. Melhor suporte a formulários
- Expansão dos elementos
<INPUT>
com novos tipos (text
,password
,checkbox
,radio
,submit
) - Introdução de
<SELECT>
e<TEXTAREA>
DOCTYPE do HTML 3.2
<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 3.2 Final//EN">
- Indica que o documento segue o DTD oficial publicado pelo W3C.
- O DTD define a estrutura permitida e os elementos válidos.
Impacto na Web
- Padronização da web comercial: HTML 3.2 consolidou práticas que já estavam sendo usadas por desenvolvedores e navegadores, como tabelas e scripts.
- Transição para a web visual: A web deixou de ser apenas textual e acadêmica, tornando-se mais gráfica, interativa e acessível ao público geral.
- Compatibilidade entre navegadores: Reduziu conflitos entre Netscape e Internet Explorer, que vinham implementando recursos próprios.
Limitações do HTML 3.2
- Estilo embutido e não separado: O uso de
<FONT>
e<CENTER>
misturava conteúdo com apresentação — algo que o CSS resolveria em breve. - Sem suporte a folhas de estilo (CSS): O CSS foi proposto em paralelo, mas ainda não integrado ao HTML 3.2.
- Sem frames ou camadas: Esses recursos só apareceriam no HTML 4.0.
Link para a especificação oficial do HTML 3.2 – W3C
1999 – HTML 4.01
Versão mais estável e amplamente usada até o surgimento do HTML5.
- Introduziu três variantes: Strict, Transitional, e Frameset.
- Separou conteúdo (HTML) de apresentação (CSS).
HTML 4.01, publicado em 24 de dezembro de 1999 pelo W3C, foi a última grande versão do HTML baseada em SGML. Ele consolidou os avanços das versões anteriores, introduziu maior separação entre conteúdo e apresentação, formalizou o uso de estilos com CSS, e preparou o terreno para o XHTML e, futuramente, o HTML5. Essa versão foi um marco técnico e filosófico na evolução da Web.
- Publicação oficial: 24 de dezembro de 1999
- Organização responsável: W3C (World Wide Web Consortium)
- Base estrutural: SGML (Standard Generalized Markup Language)
- Objetivo: Consolidar os avanços do HTML 4.0 (1997), corrigir inconsistências, e oferecer maior controle semântico e visual sobre documentos web.
Três variantes do HTML 4.01
HTML 4.01 foi publicado em três versões distintas, cada uma com um DTD próprio:
Versão Descrição Strict Exclui elementos obsoletos de apresentação (como <font>
,<center>
)Transitional Permite elementos visuais antigos para compatibilidade com navegadores antigos Frameset Inclui suporte a <frameset>
e<frame>
para páginas com frames
🔹 Exemplo de DOCTYPE Strict
<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.01//EN"
"http://www.w3.org/TR/html4/strict.dtd">
Principais avanços do HTML 4.01
- 1. Separação entre conteúdo e apresentação: Incentivo ao uso de CSS (Cascading Style Sheets) para estilização. Elementos como
<font>
,<center>
,<u>
foram considerados obsoletos na versão Strict. Introdução de atributos comoclass
,id
,style
para aplicar estilos via CSS. - 2. Melhor semântica e acessibilidade: Uso de elementos como
<abbr>
,<acronym>
,<cite>
,<code>
,<dfn>
,<kbd>
,<samp>
,<var>
para dar significado ao conteúdo. Atributos comolang
,title
,accesskey
,tabindex
esummary
para melhorar a acessibilidade. - 3. Formulários mais robustos: Expansão dos elementos de formulário:
<label>
para associar texto a campos;<fieldset>
e<legend>
para agrupar campos. Suporte areadonly
,disabled
,maxlength
,size
,accesskey
,tabindex
. - 4. Suporte a scripts e objetos: Uso formal de
<script>
e<noscript>
para interatividade. Introdução do<object>
como substituto do<embed>
e<applet>
para conteúdo multimídia e interativo. - 5. Internacionalização e metadados: Suporte a múltiplos idiomas com
lang
edir
(direção do texto). Uso de<meta>
para definir codificação (charset
), autor, descrição, palavras-chave.
Exemplo de página HTML 4.01 Strict
<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.01//EN"
"http://www.w3.org/TR/html4/strict.dtd">
<html lang="pt-BR">
<head>
<meta charset="ISO-8859-1">
<title>Exemplo HTML 4.01</title>
<link rel="stylesheet" href="estilo.css">
</head>
<body>
<h1>Bem-vindo à Web semântica</h1>
<p class="intro">Este é um exemplo de HTML 4.01 Strict.</p>
<form action="/enviar" method="post">
<fieldset>
<legend>Dados Pessoais</legend>
<label for="nome">Nome:</label>
<input type="text" id="nome" name="nome">
</fieldset>
</form>
</body>
</html>
Impacto e legado
- Base para o XHTML 1.0 (2000): HTML 4.01 serviu como fundação para a versão XML do HTML.
- Preparação para o HTML5: Ao separar conteúdo e estilo, HTML 4.01 antecipou os princípios que seriam consolidados no HTML5.
- Última versão SGML: HTML 4.01 foi a última versão baseada em SGML. O HTML5 abandonaria essa base em favor de um parser próprio.
Link para a especificação oficial do HTML 4.01 – W3C
2000 – XHTML 1.0
Tentativa de reformular o HTML como uma aplicação XML.
- Mais rígido: exigia fechamento de todas as tags e uso correto de maiúsculas/minúsculas.
- Pouco adotado fora de ambientes acadêmicos e corporativos.
XHTML 1.0, publicado em 26 de janeiro de 2000 pelo W3C, foi uma reformulação do HTML 4.01 como uma aplicação rigorosa da linguagem XML. Ele marcou uma mudança filosófica e técnica na Web: da tolerância de erros do HTML para a precisão sintática do XML, com o objetivo de tornar os documentos mais interoperáveis, extensíveis e preparados para dispositivos móveis e agentes automatizados.
O que é XHTML 1.0?
- Sigla: Extensible HyperText Markup Language
- Base técnica: XML 1.0 (não mais SGML)
- Objetivo: Reescrever o HTML 4.01 usando as regras rígidas do XML, garantindo que os documentos fossem bem-formados e compatíveis com parsers XML.
- Publicação oficial: 26 de janeiro de 2000 como Recomendação W3C
Diferenças fundamentais entre HTML e XHTML
Aspecto HTML 4.01 XHTML 1.0 Base estrutural SGML XML Tolerância a erros Alta (navegadores corrigem) Zero (documento malformado falha) Fechamento de tags Opcional em muitos casos Obrigatório Atributos Podem estar sem aspas Devem estar entre aspas Tags vazias <br>
<br />
Sensibilidade à caixa Não sensível Sensível (tags devem ser minúsculas)
Três variantes do XHTML 1.0
Assim como o HTML 4.01, o XHTML 1.0 foi publicado com três DTDs:
Versão Descrição Strict Apenas elementos semânticos e estruturais. Sem <font>
,<center>
, etc.Transitional Permite elementos visuais obsoletos para compatibilidade com HTML antigo Frameset Suporte a <frameset>
e<frame>
para páginas com frames
Exemplo de documento XHTML 1.0 Strict
<!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN"
"http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd">
<html xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml" xml:lang="pt-BR" lang="pt-BR">
<head>
<title>Exemplo XHTML</title>
</head>
<body>
<h1>Bem-vindo ao XHTML</h1>
<p>Este parágrafo está corretamente fechado.</p>
<br />
<img src="foto.jpg" alt="Foto" />
</body>
</html>
Regras de conformidade
- Bem-formado: O documento deve seguir todas as regras do XML:
- Tags sempre fechadas
- Atributos entre aspas
- Tags em minúsculas
- Um único elemento raiz
- Compatibilidade com navegadores HTML: O W3C definiu diretrizes para que documentos XHTML fossem interpretáveis por navegadores que esperavam HTML, desde que servidos com o tipo MIME
text/html
e seguissem certas práticas.
Impacto e legado
- Interoperabilidade: XHTML permitiu que documentos fossem processados por navegadores, parsers XML, dispositivos móveis e agentes automatizados.
- Modularização: A estrutura XML permitiu que o XHTML fosse modularizado, facilitando a criação de variantes como: XHTML Basic (para dispositivos móveis); XHTML 1.1 (versão mais rigorosa).
- Transição para o HTML5: Apesar de seus méritos técnicos, o XHTML 1.0 não foi amplamente adotado por desenvolvedores comuns. Em 2007, o W3C e o WHATWG decidiram retomar o desenvolvimento do HTML como linguagem tolerante, levando ao surgimento do HTML5, que abandonou XML e SGML.
2004 – Recomeço do HTML com WHATWG
Mozilla e Opera propõem continuar o desenvolvimento do HTML fora do W3C.
- Criam o grupo WHATWG (Web Hypertext Application Technology Working Group).
- Começa o trabalho no HTML5, com foco em aplicações web modernas.
Em 2004, o HTML foi oficialmente “recomeçado” com a fundação do WHATWG (Web Hypertext Application Technology Working Group), um grupo independente criado por Apple, Mozilla e Opera em resposta à estagnação do W3C e à tentativa de substituição do HTML pelo XHTML. Esse movimento marcou uma virada radical na evolução da Web, restaurando o HTML como linguagem viva, prática e voltada para desenvolvedores.
O problema com o W3C e o XHTML
- O W3C havia publicado o XHTML 1.0 em 2000, reescrevendo o HTML como uma aplicação de XML.
- A proposta era tornar a Web mais rigorosa, exigindo documentos bem-formados e sintaticamente perfeitos.
- Desenvolvedores enfrentavam dificuldades: páginas quebravam facilmente, navegadores não toleravam erros, e a Web se tornava menos acessível.
A ruptura em 2004
- Em junho de 2004, durante um workshop do W3C, propostas da Mozilla e Opera para evoluir o HTML foram rejeitadas.
- Em resposta, Apple, Mozilla e Opera fundaram o WHATWG, com o objetivo de:
- Retomar o desenvolvimento do HTML como linguagem tolerante e prática.
- Criar especificações que refletissem as necessidades reais dos desenvolvedores.
- Evoluir o HTML com base no uso real da Web, não em teorias acadêmicas.
O que é o WHATWG?
- Nome completo: Web Hypertext Application Technology Working Group
- Fundado em: 4 de junho de 2004
- Membros fundadores: Apple, Mozilla, Opera (Google se juntaria depois)
- Missão: Desenvolver padrões da Web centrados em aplicações reais, incluindo: HTML (Living Standard), DOM (Document Object Model), Web Forms 2.0, APIs modernas para navegadores.
Primeiras iniciativas do WHATWG
- Web Forms 2.0: Expansão dos formulários HTML com novos tipos de entrada (
date
,email
,number
,range
); Validação nativa de campos; Layouts mais flexíveis sem necessidade de JavaScript. - HTML5 (inicialmente chamado Web Applications 1.0): Reintrodução do HTML como linguagem viva e evolutiva; Suporte a:
<video>
,<audio>
,<canvas>
; APIs para armazenamento local, geolocalização, arrastar e soltar; Semântica moderna com<article>
,<section>
,<nav>
,<aside>
.
Diferenças filosóficas entre WHATWG e W3C
Aspecto W3C (pré-2004) WHATWG (pós-2004) Base técnica XML (XHTML) HTML tolerante, baseado em uso real Tolerância a erros Baixa (documentos quebravam facilmente) Alta (navegadores corrigem erros automaticamente) Foco de desenvolvimento Teórico e formal Prático e voltado para desenvolvedores Evolução Versões estáticas (HTML 4.01, XHTML) Living Standard (HTML sempre atualizado)
Impacto do recomeço com o WHATWG
- HTML foi salvo da extinção.
- Desenvolvedores voltaram a ter voz na evolução da Web.
- Navegadores passaram a implementar recursos modernos de forma coordenada.
- O HTML5 nasceu desse esforço e se tornou o novo padrão universal da Web.
2008 – Primeira especificação pública do HTML5
Introduz elementos semânticos como <article>
, <section>
, <nav>
, <header>
, <footer>
.
- Suporte nativo a vídeo (
<video>
) e áudio (<audio>
). - APIs para geolocalização, armazenamento local, canvas 2D (
<canvas>
), entre outros.
Em 22 de janeiro de 2008, o W3C publicou a primeira especificação pública do HTML5 como um Working Draft, marcando o início oficial da padronização da nova geração da linguagem HTML. Essa versão foi baseada no trabalho iniciado pelo WHATWG em 2004 e representou uma ruptura com o modelo SGML/XHTML, trazendo uma abordagem mais pragmática, semântica e voltada para aplicações web modernas.
Contexto histórico e técnico
- Antes do HTML5: A Web estava dividida entre HTML 4.01 (1999) e XHTML 1.0 (2000), com o W3C promovendo XML como futuro da Web. Desenvolvedores enfrentavam dificuldades com a rigidez do XHTML e a falta de suporte nativo a multimídia e interatividade.
- Fundação do WHATWG (2004): Apple, Mozilla e Opera criaram o WHATWG para retomar o desenvolvimento do HTML com foco em uso real, tolerância a erros e suporte a aplicações web.
- Publicação oficial: Em 22 de janeiro de 2008, o W3C publicou o primeiro Working Draft do HTML5, editado por Ian Hickson (Google) e David Hyatt (Apple).
Objetivos da especificação HTML5
- Unificar HTML e XHTML: Permitir que documentos sejam escritos em sintaxe HTML ou XML, com regras claras de parsing para ambos.
- Melhorar interoperabilidade: Definir modelos de processamento detalhados para garantir que navegadores interpretem documentos de forma consistente.
- Suporte a aplicações web modernas: Incluir APIs e elementos para multimídia, gráficos, armazenamento local, validação de formulários e mais.
Principais novidades do HTML5
1. Novos elementos semânticos
<header>
,<footer>
,<nav>
,<article>
,<section>
,<aside>
: Melhoram a estrutura semântica dos documentos, facilitando acessibilidade e SEO.
2. Multimídia nativa
<video>
e<audio>
: Permitem incorporar mídia sem plugins como Flash ou Silverlight.
<video controls>
<source src="filme.mp4" type="video/mp4" />
</video>
3. Gráficos e interatividade
<canvas>
: Área de desenho para gráficos 2D via JavaScript.<svg>
embutido: Suporte nativo a gráficos vetoriais escaláveis.
4. Formulários avançados
- Novos tipos de
<input>
:email
,url
,date
,range
,color
- Validação nativa de campos
- Atributos como
required
,placeholder
,autocomplete
5. APIs integradas
- Web Storage (localStorage, sessionStorage)
- Geolocation API
- Drag and Drop API
- Offline Web Applications
Modelo de parsing e tolerância a erros
- HTML5 define um algoritmo de parsing próprio, independente de SGML.
- Navegadores devem seguir esse modelo para garantir consistência.
- Documentos malformados são corrigidos automaticamente, evitando falhas de renderização.
Impacto e legado
- Fim da dependência de SGML e XML: HTML5 é uma linguagem autônoma, com regras próprias.
- Padronização da Web moderna: HTML5 tornou-se a base para aplicações ricas, responsivas e multiplataforma.
- Adoção universal: Todos os navegadores modernos passaram a suportar HTML5, e ele se tornou o padrão dominante da Web.
Link para documentação oficial HTML5 – W3C Working Draft (22 Jan 2008) https://www.w3.org/TR/2008/WD-html5-20080122/
2014 – HTML5 é finalizado pelo W3C
Torna-se o novo padrão oficial da web.
- Substitui HTML 4.01 e XHTML como base para desenvolvimento web.
- WHATWG continua com a versão “living standard” — HTML em constante evolução.
Em 28 de outubro de 2014, o W3C declarou oficialmente o HTML5 como uma Recomendação Final, encerrando uma década de desenvolvimento e consolidando-o como o novo padrão universal da Web. Essa finalização marcou o fim da era SGML/XHTML e o início da Web moderna, interativa, multimídia e semântica.
Contexto histórico e técnico
- Início do HTML5: O desenvolvimento começou em 2004 com o WHATWG, como resposta à rigidez do XHTML e à estagnação do W3C. Em 2008, o W3C publicou o primeiro Working Draft do HTML5, e passou a colaborar com o WHATWG.
- Finalização oficial: Em 28 de outubro de 2014, o W3C publicou o HTML5 como uma Recomendação Oficial, o nível mais alto de maturidade em seus padrões.
- Motivação: A Web precisava de uma linguagem que fosse: Tolerante a erros; Compatível com dispositivos móveis; Capaz de lidar com multimídia nativa; Adequada para aplicações ricas e interativas.
Modelo de parsing e compatibilidade
- HTML5 define um algoritmo de parsing próprio, abandonando SGML.
- Navegadores devem seguir esse modelo para garantir interoperabilidade.
- Documentos malformados são corrigidos automaticamente, sem quebrar a renderização.
Processo de validação
- Foram realizados mais de 100 mil testes para garantir compatibilidade entre navegadores.
- Mais de 4 mil problemas foram identificados e resolvidos antes da finalização.
Impacto e legado
- Fim do Flash: HTML5 substituiu tecnologias proprietárias para vídeo, áudio e animações.
- Web como plataforma: HTML5 tornou-se a base para aplicações web ricas, responsivas e multiplataforma.
- Adoção universal: Todos os navegadores modernos passaram a suportar HTML5, e ele se tornou o padrão dominante da Web.
Link para a documentação do html 5 https://html.spec.whatwg.org/
2019–2025 – HTML Moderno e Living Standard
2019 – W3C e WHATWG unificam esforços
- Assinam acordo para manter uma única especificação viva do HTML.
- O HTML passa a ser mantido exclusivamente como living standard pela WHATWG.
2020–2025 – HTML moderno
- HTML continua evoluindo com novas APIs e integração com CSS e JavaScript.
- Suporte a Web Components, Shadow DOM, Custom Elements.
- HTML é agora parte de um ecossistema de tecnologias web que inclui CSS3, ES6+, WebAssembly, etc.