Índice da Linha do Tempo

1991 – Criação do HTML por Tim Berners-Lee

Berners-Lee desenvolve o primeiro rascunho do HTML enquanto trabalhava no CERN.

  • Baseado na ideia de hipertexto, o HTML permitia vincular documentos entre si.
  • Não havia padrão oficial — apenas um conjunto de 18 tags básicas como <p>, <a>, <img>.

Berners-Lee queria facilitar o compartilhamento de documentos científicos entre pesquisadores. A ideia era criar uma rede onde os documentos pudessem ser acessados e interligados por meio de hiperlinks.

  • O HTML foi inspirado na linguagem SGML (Standard Generalized Markup Language), que já era usada para estruturar documentos. O HTML herdou dela várias tags como <title>, <p>, <h1>, mas trouxe uma inovação essencial: os hiperlinks, que permitiam conectar páginas entre si.

A Linguagem SGML (Standard Generalized Markup Language)

A linguagem SGML (Standard Generalized Markup Language) tem uma história que começa nos anos 1960.


1969 – Criação da GML (Generalized Markup Language)

  • Desenvolvida por Charles Goldfarb, Edward Mosher e Raymond Lorie na IBM.
  • GML foi criada para estruturar documentos técnicos e administrativos.
  • As iniciais dos criadores formam o nome “GML”.

1974 – GML é adotada internamente pela IBM

  • Usada para documentação de produtos e manuais.
  • Ganhou popularidade por permitir que documentos fossem reutilizados em diferentes formatos.

1986 – SGML é padronizada como norma ISO 8879

  • SGML é oficialmente reconhecida como uma norma internacional para definição de linguagens de marcação.
  • É uma metalinguagem, ou seja, uma linguagem para definir outras linguagens de marcação.
  • Permite criar DTDs (Document Type Definitions) para validar a estrutura de documentos.

Final dos anos 1980 – SGML começa a ser usada em setores industriais

  • Indústrias como aeroespacial, governamental e editorial adotam SGML para documentação técnica.
  • Sua principal vantagem: longevidade e portabilidade dos documentos.

Exemplo de Código SGML (circa 1986–1990)

<!DOCTYPE report SYSTEM "report.dtd">
<report>
  <title>Relatório Técnico de Manutenção</title>
  <author>
    <name>Felipe Andrade</name>
    <department>Engenharia</department>
  </author>
  <date>1990-10-03</date>
  <section>
    <heading>Introdução</heading>
    <para>Este relatório descreve os procedimentos de manutenção realizados no sistema hidráulico do modelo X-200.</para>
  </section>
  <section>
    <heading>Procedimentos</heading>
    <para>Foram seguidos os protocolos descritos no manual técnico versão 3.1.</para>
  </section>
</report>

Explicação dos Componentes

  • <!DOCTYPE report SYSTEM "report.dtd">: define o tipo de documento e aponta para um DTD (Document Type Definition), que valida a estrutura.
  • <report>: elemento raiz do documento.
  • <title>, <author>, <section>: elementos definidos no DTD.
  • <para>: parágrafo de texto.
  • SGML exige que todos os elementos sejam definidos previamente em um DTD, o que o torna poderoso, mas complexo.

Aqui está um exemplo de um arquivo SGML DTD chamado report.dtd, que define a estrutura do documento report.sgml que vimos antes. Esse DTD especifica os elementos permitidos, suas hierarquias e atributos.

Exemplo de report.dtd

<!ELEMENT report (title, author, date, section+)>

<!ELEMENT title (#PCDATA)>

<!ELEMENT author (name, department)>
<!ELEMENT name (#PCDATA)>
<!ELEMENT department (#PCDATA)>

<!ELEMENT date (#PCDATA)>

<!ELEMENT section (heading, para+)>
<!ELEMENT heading (#PCDATA)>
<!ELEMENT para (#PCDATA)>

Explicação Técnica

  • <!ELEMENT report (title, author, date, section+)>: Define que o elemento raiz <report> deve conter exatamente um <title>, um <author>, um <date> e uma ou mais <section>.
  • <!ELEMENT title (#PCDATA)>: O conteúdo de <title> é texto simples (Parsed Character Data).
  • <!ELEMENT author (name, department)>: O autor é composto por <name> e <department>.
  • <!ELEMENT section (heading, para+)>: Cada seção tem um título (<heading>) e um ou mais parágrafos (<para>).

Você pode referenciar esse DTD no topo do seu documento SGML assim:

<!DOCTYPE report SYSTEM "report.dtd">

E então criar o documento report.sgml com base nessa estrutura.

1993 – Primeira versão pública do HTML

Lançada como um rascunho informal chamado HTML Tags.

  • Popularizada com o navegador Mosaic, que ajudou a difundir a web.
  • Ainda não havia padronização formal.

Em 1993, a primeira versão pública do HTML foi formalmente proposta por Tim Berners-Lee e Dan Connolly, marcando o início da padronização da linguagem que viria a sustentar toda a World Wide Web. Essa versão continha um conjunto limitado de tags, voltadas exclusivamente para estruturação básica de documentos hipertextuais.

Contexto técnico e histórico

  • Ano: Junho de 1993
  • Evento: Publicação do primeiro draft oficial da linguagem HTML pela IETF (Internet Engineering Task Force)
  • Autores: Tim Berners-Lee (criador da Web) e Dan Connolly (pesquisador do CERN e membro do W3C)

Esse documento foi a primeira tentativa de formalizar o HTML como uma linguagem padrão, baseada em SGML. Embora o draft tenha expirado seis meses depois, ele serviu como base para o desenvolvimento do HTML 2.0, lançado em 1995.

Características da versão HTML de 1993

  • Baseada em SGML: HTML foi concebido como uma aplicação de SGML, o que significa que sua estrutura era definida por um DTD (Document Type Definition).
  • Sem interatividade: Não havia suporte para scripts, formulários dinâmicos ou estilos visuais. Os sites eram completamente estáticos.
  • Foco em hipertexto: A principal inovação era a capacidade de criar hiperlinks entre documentos, algo que SGML não oferecia.

Conjunto de Tags da versão original

A versão de 1993 incluía cerca de 18 a 20 tags, todas voltadas para estruturação de conteúdo textual. Aqui estão as principais:

Tag Função
<html>Define o início do documento HTML
<head>Contém metadados e título da página
<title>Define o título exibido na aba do navegador
<body>Contém o conteúdo visível da página
<h1> a <h6>Cabeçalhos de diferentes níveis
<p>Parágrafo de texto
<a>Hiperlink para outra página ou recurso
<ul>, <ol>, <li>Listas não ordenadas e ordenadas
<pre>Texto pré-formatado (mantém espaços e quebras)
<br>Quebra de linha
<hr>Linha horizontal (separador visual)
<img>Inserção de imagem
<address>Informações de contato
<blockquote>Citação em bloco
<em>, <strong>Ênfase e destaque semântico

Essas tags permitiam criar páginas simples, com títulos, parágrafos, listas e links — o suficiente para estruturar documentos científicos e institucionais.

Exemplo de código HTML de 1993

<html>
  <head>
    <title>Minha Primeira Página</title>
  </head>
  <body>
    <h1>Bem-vindo à Web</h1>
    <p>Este é um parágrafo de exemplo.</p>
    <a href="http://info.cern.ch">Visite o CERN</a>
    <hr>
    <address>Sao Paulo, Brasil</address>
  </body>
</html>

Link para oo draft original publicado na IETF https://datatracker.ietf.org/doc/html/draft-ietf-iiir-html-00

Como navegadores antigos interpretavam HTML com SGML

Navegadores entre 1993 e 1997 (Mosaic, Netscape, IE)

  • Reconheciam a estrutura SGML básica, como:
    • Tags de abertura e fechamento (<p>, </p>)
    • Atributos (<img src="foto.jpg">)
    • Comentários (<!-- comentário -->)
    • DOCTYPE (<!DOCTYPE HTML PUBLIC "...">)
  • Não carregavam nem processavam o DTD externo.
    • Eles tinham um parser interno simplificado, que reconhecia um subconjunto de SGML.
    • Isso permitia tolerância a erros: tags mal fechadas, atributos malformados, etc.
  • Não validavam documentos contra o DTD.
    • A validação era feita por ferramentas externas (como SGMLS).
    • O navegador apenas “tentava renderizar” o que recebia.

Exemplo prático: HTML com SGML em 1994

<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//IETF//DTD HTML//EN">
<html>
  <head>
    <title>Exemplo SGML</title>
  </head>
  <body>
    <h1>Hello World!</h1>
    <p>Este parágrafo está dentro da estrutura SGML.</p>
    <img src="foto.jpg">
  </body>
</html>
  • O navegador não baixava o DTD.
  • Ele usava regras internas para interpretar <html>, <head>, <body>, etc.
  • Se você esquecesse </p>, ele ainda renderizaria o parágrafo.

Navegadores antigos precisavam entender SGML parcialmente, mas não o implementavam por completo.

1995 – HTML 2.0 (IETF)

Primeira especificação oficial publicada pela Internet Engineering Task Force (IETF).

  • Consolidou as tags existentes e introduziu elementos como <form> para entrada de dados.
  • Tornou-se o padrão para criação de páginas web até 1997.

Em 1995, o HTML 2.0 foi publicado como a primeira especificação oficial da linguagem HTML pela IETF (Internet Engineering Task Force), consolidando os padrões usados na Web desde 1990 e estabelecendo uma base técnica formal para o desenvolvimento de navegadores, editores e servidores web.

O que foi o HTML 2.0?

  • Publicação oficial: Novembro de 1995, como RFC 1866.
  • Autores: Tim Berners-Lee (MIT/W3C) e Dan Connolly (Atrium).
  • Organização responsável: IETF – HTML Working Group.
  • Objetivo: Formalizar o HTML como uma aplicação de SGML e padronizar os elementos, atributos e estrutura usados na Web até então.

HTML como aplicação de SGML

  • HTML 2.0 é definido como uma aplicação da norma ISO 8879:1986 (SGML).
  • Isso significa que:
    • Todo documento HTML é um documento SGML.
    • A estrutura é validada por um DTD (Document Type Definition).
    • Elementos, atributos e entidades seguem regras formais de SGML.

Tipos de conteúdo suportados

  • Hipertexto: links entre documentos.
  • Documentação técnica: manuais, artigos, relatórios.
  • Formulários: coleta de dados do usuário.
  • Gráficos embutidos: imagens inline com <IMG>.

Principais elementos definidos

HTML 2.0 consolidou cerca de 50 elementos, incluindo:

Categoria Exemplos de Tags
Estrutura do documento<HTML>, <HEAD>, <BODY>, <TITLE>
Texto e cabeçalhos<P>, <H1> a <H6>, <ADDRESS>, <PRE>
Links e âncoras<A> com atributos HREF, NAME, TITLE
Listas<UL>, <OL>, <LI>, <DL>, <DT>, <DD>
Imagens<IMG> com SRC, ALT, ALIGN
Formulários<FORM>, <INPUT>, <TEXTAREA>, <SELECT>
Estilo semântico<EM>, <STRONG>, <CODE>, <CITE>
Separadores visuais<HR>, <BR>

Formulários: uma grande novidade

HTML 2.0 introduziu suporte formal a formulários interativos, com elementos como:

<form action="/processa" method="post">
  <input type="text" name="nome">
  <input type="submit" value="Enviar">
</form>
  • Isso permitiu que páginas HTML coletassem dados do usuário e os enviassem para servidores.
  • Foi o início da Web interativa.

DOCTYPE e DTD

  • A especificação incluía um DTD completo para validar documentos HTML.
  • Exemplo de DOCTYPE usado:
<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//IETF//DTD HTML 2.0//EN">
  • Isso indicava que o documento seguia as regras do DTD publicado no RFC 1866.

Impacto histórico

  • Padronização: HTML 2.0 foi a primeira tentativa de tornar o HTML uma linguagem formal e interoperável.
  • Compatibilidade: Consolidou práticas comuns usadas até 1994, garantindo que navegadores interpretassem documentos de forma consistente.
  • Base para evolução: Serviu como fundação para o HTML 3.2, 4.01, XHTML e, posteriormente, HTML5.

Limitações do HTML 2.0

  • Sem suporte a tabelas, frames ou scripts.
  • Estilo visual limitado: não havia CSS; a aparência era controlada por elementos como <FONT> (introduzido depois).
  • Sem multimídia nativa: áudio e vídeo exigiam plugins externos.

Fontes e leitura recomendada:

1997 – HTML 3.2 (W3C)

O W3C assume o desenvolvimento do HTML.

  • HTML 3.0 foi proposto mas abandonado por ser complexo demais.
  • HTML 3.2 introduziu suporte a scripts (como JavaScript), tabelas (<table>) e estilos (<style>).

Em janeiro de 1997, o W3C (World Wide Web Consortium) publicou o HTML 3.2 como a primeira versão oficial da linguagem HTML sob sua supervisão. Essa versão consolidou práticas comuns da web comercial emergente, incorporando elementos visuais, tabelas, scripts e maior compatibilidade entre navegadores — marcando a transição da web acadêmica para a web interativa e estilizada.

  • Antes do HTML 3.2: O HTML 2.0 (1995) padronizou a estrutura básica da linguagem, mas não incluía suporte a tabelas, scripts ou estilos visuais. O HTML 3.0 foi proposto em 1995 por Dave Raggett, mas era ambicioso demais e nunca foi formalmente adotado.
  • Motivação do HTML 3.2: Consolidar os elementos que já estavam sendo usados pelos navegadores (Netscape Navigator, Internet Explorer) e garantir interoperabilidade entre eles.
  • Publicação oficial: 14 de janeiro de 1997, pelo W3C — tornando-se a primeira versão “oficial” da linguagem HTML sob os padrões da Web moderna.

Principais avanços do HTML 3.2

🔹 1. Tabelas

  • Introdução do elemento <TABLE> com suporte a:
    • <TR> (table row)
    • <TD> (table data)
    • <TH> (table header)
    • Atributos como ALIGN, VALIGN, BORDER, WIDTH
<table border="1">
  <tr>
    <th>Nome</th>
    <th>Idade</th>
  </tr>
  <tr>
    <td>Felipe</td>
    <td>25</td>
  </tr>
</table>

🔹 2. Scripts com <SCRIPT>

  • Suporte formal ao uso de JavaScript e outras linguagens de script.
  • Permitiu interatividade em páginas web: validação de formulários, animações, manipulação do DOM.
<script type="text/javascript">
  alert("Bem-vindo à HTML 3.2!");
</script>

🔹 3. Estilo visual com <FONT> e <CENTER>

  • Introdução de elementos para controle visual direto:
    • <FONT> com atributos COLOR, SIZE, FACE
    • <CENTER> para centralizar conteúdo
    • <DIV> e <SPAN> começaram a ser usados para agrupamento e estilização
<center>
  <font color="blue" size="4">Texto centralizado e azul</font>
</center>

🔹 4. Applets Java com <APPLET>

  • Permitiu a incorporação de applets Java diretamente na página.
  • Usado para gráficos, jogos, animações e aplicações interativas.
<applet code="Relogio.class" width="200" height="100"></applet>

🔹 5. Melhor suporte a formulários

  • Expansão dos elementos <INPUT> com novos tipos (text, password, checkbox, radio, submit)
  • Introdução de <SELECT> e <TEXTAREA>

DOCTYPE do HTML 3.2

<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 3.2 Final//EN">
  • Indica que o documento segue o DTD oficial publicado pelo W3C.
  • O DTD define a estrutura permitida e os elementos válidos.

Impacto na Web

  • Padronização da web comercial: HTML 3.2 consolidou práticas que já estavam sendo usadas por desenvolvedores e navegadores, como tabelas e scripts.
  • Transição para a web visual: A web deixou de ser apenas textual e acadêmica, tornando-se mais gráfica, interativa e acessível ao público geral.
  • Compatibilidade entre navegadores: Reduziu conflitos entre Netscape e Internet Explorer, que vinham implementando recursos próprios.

Limitações do HTML 3.2

  • Estilo embutido e não separado: O uso de <FONT> e <CENTER> misturava conteúdo com apresentação — algo que o CSS resolveria em breve.
  • Sem suporte a folhas de estilo (CSS): O CSS foi proposto em paralelo, mas ainda não integrado ao HTML 3.2.
  • Sem frames ou camadas: Esses recursos só apareceriam no HTML 4.0.

Link para a especificação oficial do HTML 3.2 – W3C

1999 – HTML 4.01

Versão mais estável e amplamente usada até o surgimento do HTML5.

  • Introduziu três variantes: Strict, Transitional, e Frameset.
  • Separou conteúdo (HTML) de apresentação (CSS).

HTML 4.01, publicado em 24 de dezembro de 1999 pelo W3C, foi a última grande versão do HTML baseada em SGML. Ele consolidou os avanços das versões anteriores, introduziu maior separação entre conteúdo e apresentação, formalizou o uso de estilos com CSS, e preparou o terreno para o XHTML e, futuramente, o HTML5. Essa versão foi um marco técnico e filosófico na evolução da Web.

  • Publicação oficial: 24 de dezembro de 1999
  • Organização responsável: W3C (World Wide Web Consortium)
  • Base estrutural: SGML (Standard Generalized Markup Language)
  • Objetivo: Consolidar os avanços do HTML 4.0 (1997), corrigir inconsistências, e oferecer maior controle semântico e visual sobre documentos web.

Três variantes do HTML 4.01

HTML 4.01 foi publicado em três versões distintas, cada uma com um DTD próprio:

Versão Descrição
StrictExclui elementos obsoletos de apresentação (como <font>, <center>)
TransitionalPermite elementos visuais antigos para compatibilidade com navegadores antigos
FramesetInclui suporte a <frameset> e <frame> para páginas com frames

🔹 Exemplo de DOCTYPE Strict

<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.01//EN"
  "http://www.w3.org/TR/html4/strict.dtd">

Principais avanços do HTML 4.01

  • 1. Separação entre conteúdo e apresentação: Incentivo ao uso de CSS (Cascading Style Sheets) para estilização. Elementos como <font>, <center>, <u> foram considerados obsoletos na versão Strict. Introdução de atributos como class, id, style para aplicar estilos via CSS.
  • 2. Melhor semântica e acessibilidade: Uso de elementos como <abbr>, <acronym>, <cite>, <code>, <dfn>, <kbd>, <samp>, <var> para dar significado ao conteúdo. Atributos como lang, title, accesskey, tabindex e summary para melhorar a acessibilidade.
  • 3. Formulários mais robustos: Expansão dos elementos de formulário: <label> para associar texto a campos; <fieldset> e <legend> para agrupar campos. Suporte a readonly, disabled, maxlength, size, accesskey, tabindex.
  • 4. Suporte a scripts e objetos: Uso formal de <script> e <noscript> para interatividade. Introdução do <object> como substituto do <embed> e <applet> para conteúdo multimídia e interativo.
  • 5. Internacionalização e metadados: Suporte a múltiplos idiomas com lang e dir (direção do texto). Uso de <meta> para definir codificação (charset), autor, descrição, palavras-chave.

Exemplo de página HTML 4.01 Strict

<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.01//EN"
  "http://www.w3.org/TR/html4/strict.dtd">
<html lang="pt-BR">
  <head>
    <meta charset="ISO-8859-1">
    <title>Exemplo HTML 4.01</title>
    <link rel="stylesheet" href="estilo.css">
  </head>
  <body>
    <h1>Bem-vindo à Web semântica</h1>
    <p class="intro">Este é um exemplo de HTML 4.01 Strict.</p>
    <form action="/enviar" method="post">
      <fieldset>
        <legend>Dados Pessoais</legend>
        <label for="nome">Nome:</label>
        <input type="text" id="nome" name="nome">
      </fieldset>
    </form>
  </body>
</html>

Impacto e legado

  • Base para o XHTML 1.0 (2000): HTML 4.01 serviu como fundação para a versão XML do HTML.
  • Preparação para o HTML5: Ao separar conteúdo e estilo, HTML 4.01 antecipou os princípios que seriam consolidados no HTML5.
  • Última versão SGML: HTML 4.01 foi a última versão baseada em SGML. O HTML5 abandonaria essa base em favor de um parser próprio.

Link para a especificação oficial do HTML 4.01 – W3C

2000 – XHTML 1.0

Tentativa de reformular o HTML como uma aplicação XML.

  • Mais rígido: exigia fechamento de todas as tags e uso correto de maiúsculas/minúsculas.
  • Pouco adotado fora de ambientes acadêmicos e corporativos.

XHTML 1.0, publicado em 26 de janeiro de 2000 pelo W3C, foi uma reformulação do HTML 4.01 como uma aplicação rigorosa da linguagem XML. Ele marcou uma mudança filosófica e técnica na Web: da tolerância de erros do HTML para a precisão sintática do XML, com o objetivo de tornar os documentos mais interoperáveis, extensíveis e preparados para dispositivos móveis e agentes automatizados.

O que é XHTML 1.0?

  • Sigla: Extensible HyperText Markup Language
  • Base técnica: XML 1.0 (não mais SGML)
  • Objetivo: Reescrever o HTML 4.01 usando as regras rígidas do XML, garantindo que os documentos fossem bem-formados e compatíveis com parsers XML.
  • Publicação oficial: 26 de janeiro de 2000 como Recomendação W3C

Diferenças fundamentais entre HTML e XHTML

Aspecto HTML 4.01 XHTML 1.0
Base estruturalSGMLXML
Tolerância a errosAlta (navegadores corrigem)Zero (documento malformado falha)
Fechamento de tagsOpcional em muitos casosObrigatório
AtributosPodem estar sem aspasDevem estar entre aspas
Tags vazias<br><br />
Sensibilidade à caixaNão sensívelSensível (tags devem ser minúsculas)

Três variantes do XHTML 1.0

Assim como o HTML 4.01, o XHTML 1.0 foi publicado com três DTDs:

Versão Descrição
StrictApenas elementos semânticos e estruturais. Sem <font>, <center>, etc.
TransitionalPermite elementos visuais obsoletos para compatibilidade com HTML antigo
FramesetSuporte a <frameset> e <frame> para páginas com frames

Exemplo de documento XHTML 1.0 Strict

<!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN"
  "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd">
<html xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml" xml:lang="pt-BR" lang="pt-BR">
  <head>
    <title>Exemplo XHTML</title>
  </head>
  <body>
    <h1>Bem-vindo ao XHTML</h1>
    <p>Este parágrafo está corretamente fechado.</p>
    <br />
    <img src="foto.jpg" alt="Foto" />
  </body>
</html>

Regras de conformidade

  • Bem-formado: O documento deve seguir todas as regras do XML:
    • Tags sempre fechadas
    • Atributos entre aspas
    • Tags em minúsculas
    • Um único elemento raiz
  • Compatibilidade com navegadores HTML: O W3C definiu diretrizes para que documentos XHTML fossem interpretáveis por navegadores que esperavam HTML, desde que servidos com o tipo MIME text/html e seguissem certas práticas.

Impacto e legado

  • Interoperabilidade: XHTML permitiu que documentos fossem processados por navegadores, parsers XML, dispositivos móveis e agentes automatizados.
  • Modularização: A estrutura XML permitiu que o XHTML fosse modularizado, facilitando a criação de variantes como: XHTML Basic (para dispositivos móveis); XHTML 1.1 (versão mais rigorosa).
  • Transição para o HTML5: Apesar de seus méritos técnicos, o XHTML 1.0 não foi amplamente adotado por desenvolvedores comuns. Em 2007, o W3C e o WHATWG decidiram retomar o desenvolvimento do HTML como linguagem tolerante, levando ao surgimento do HTML5, que abandonou XML e SGML.

2004 – Recomeço do HTML com WHATWG

Mozilla e Opera propõem continuar o desenvolvimento do HTML fora do W3C.

  • Criam o grupo WHATWG (Web Hypertext Application Technology Working Group).
  • Começa o trabalho no HTML5, com foco em aplicações web modernas.

Em 2004, o HTML foi oficialmente “recomeçado” com a fundação do WHATWG (Web Hypertext Application Technology Working Group), um grupo independente criado por Apple, Mozilla e Opera em resposta à estagnação do W3C e à tentativa de substituição do HTML pelo XHTML. Esse movimento marcou uma virada radical na evolução da Web, restaurando o HTML como linguagem viva, prática e voltada para desenvolvedores.

O problema com o W3C e o XHTML

  • O W3C havia publicado o XHTML 1.0 em 2000, reescrevendo o HTML como uma aplicação de XML.
  • A proposta era tornar a Web mais rigorosa, exigindo documentos bem-formados e sintaticamente perfeitos.
  • Desenvolvedores enfrentavam dificuldades: páginas quebravam facilmente, navegadores não toleravam erros, e a Web se tornava menos acessível.

A ruptura em 2004

  • Em junho de 2004, durante um workshop do W3C, propostas da Mozilla e Opera para evoluir o HTML foram rejeitadas.
  • Em resposta, Apple, Mozilla e Opera fundaram o WHATWG, com o objetivo de:
    • Retomar o desenvolvimento do HTML como linguagem tolerante e prática.
    • Criar especificações que refletissem as necessidades reais dos desenvolvedores.
    • Evoluir o HTML com base no uso real da Web, não em teorias acadêmicas.

O que é o WHATWG?

  • Nome completo: Web Hypertext Application Technology Working Group
  • Fundado em: 4 de junho de 2004
  • Membros fundadores: Apple, Mozilla, Opera (Google se juntaria depois)
  • Missão: Desenvolver padrões da Web centrados em aplicações reais, incluindo: HTML (Living Standard), DOM (Document Object Model), Web Forms 2.0, APIs modernas para navegadores.

Primeiras iniciativas do WHATWG

  • Web Forms 2.0: Expansão dos formulários HTML com novos tipos de entrada (date, email, number, range); Validação nativa de campos; Layouts mais flexíveis sem necessidade de JavaScript.
  • HTML5 (inicialmente chamado Web Applications 1.0): Reintrodução do HTML como linguagem viva e evolutiva; Suporte a: <video>, <audio>, <canvas>; APIs para armazenamento local, geolocalização, arrastar e soltar; Semântica moderna com <article>, <section>, <nav>, <aside>.

Diferenças filosóficas entre WHATWG e W3C

Aspecto W3C (pré-2004) WHATWG (pós-2004)
Base técnicaXML (XHTML)HTML tolerante, baseado em uso real
Tolerância a errosBaixa (documentos quebravam facilmente)Alta (navegadores corrigem erros automaticamente)
Foco de desenvolvimentoTeórico e formalPrático e voltado para desenvolvedores
EvoluçãoVersões estáticas (HTML 4.01, XHTML)Living Standard (HTML sempre atualizado)

Impacto do recomeço com o WHATWG

  • HTML foi salvo da extinção.
  • Desenvolvedores voltaram a ter voz na evolução da Web.
  • Navegadores passaram a implementar recursos modernos de forma coordenada.
  • O HTML5 nasceu desse esforço e se tornou o novo padrão universal da Web.

2008 – Primeira especificação pública do HTML5

Introduz elementos semânticos como <article>, <section>, <nav>, <header>, <footer>.

  • Suporte nativo a vídeo (<video>) e áudio (<audio>).
  • APIs para geolocalização, armazenamento local, canvas 2D (<canvas>), entre outros.

Em 22 de janeiro de 2008, o W3C publicou a primeira especificação pública do HTML5 como um Working Draft, marcando o início oficial da padronização da nova geração da linguagem HTML. Essa versão foi baseada no trabalho iniciado pelo WHATWG em 2004 e representou uma ruptura com o modelo SGML/XHTML, trazendo uma abordagem mais pragmática, semântica e voltada para aplicações web modernas.

Contexto histórico e técnico

  • Antes do HTML5: A Web estava dividida entre HTML 4.01 (1999) e XHTML 1.0 (2000), com o W3C promovendo XML como futuro da Web. Desenvolvedores enfrentavam dificuldades com a rigidez do XHTML e a falta de suporte nativo a multimídia e interatividade.
  • Fundação do WHATWG (2004): Apple, Mozilla e Opera criaram o WHATWG para retomar o desenvolvimento do HTML com foco em uso real, tolerância a erros e suporte a aplicações web.
  • Publicação oficial: Em 22 de janeiro de 2008, o W3C publicou o primeiro Working Draft do HTML5, editado por Ian Hickson (Google) e David Hyatt (Apple).

Objetivos da especificação HTML5

  • Unificar HTML e XHTML: Permitir que documentos sejam escritos em sintaxe HTML ou XML, com regras claras de parsing para ambos.
  • Melhorar interoperabilidade: Definir modelos de processamento detalhados para garantir que navegadores interpretem documentos de forma consistente.
  • Suporte a aplicações web modernas: Incluir APIs e elementos para multimídia, gráficos, armazenamento local, validação de formulários e mais.

Principais novidades do HTML5

1. Novos elementos semânticos

  • <header>, <footer>, <nav>, <article>, <section>, <aside>: Melhoram a estrutura semântica dos documentos, facilitando acessibilidade e SEO.

2. Multimídia nativa

  • <video> e <audio>: Permitem incorporar mídia sem plugins como Flash ou Silverlight.
<video controls>
  <source src="filme.mp4" type="video/mp4" />
</video>

3. Gráficos e interatividade

  • <canvas>: Área de desenho para gráficos 2D via JavaScript.
  • <svg> embutido: Suporte nativo a gráficos vetoriais escaláveis.

4. Formulários avançados

  • Novos tipos de <input>: email, url, date, range, color
  • Validação nativa de campos
  • Atributos como required, placeholder, autocomplete

5. APIs integradas

  • Web Storage (localStorage, sessionStorage)
  • Geolocation API
  • Drag and Drop API
  • Offline Web Applications

Modelo de parsing e tolerância a erros

  • HTML5 define um algoritmo de parsing próprio, independente de SGML.
  • Navegadores devem seguir esse modelo para garantir consistência.
  • Documentos malformados são corrigidos automaticamente, evitando falhas de renderização.

Impacto e legado

  • Fim da dependência de SGML e XML: HTML5 é uma linguagem autônoma, com regras próprias.
  • Padronização da Web moderna: HTML5 tornou-se a base para aplicações ricas, responsivas e multiplataforma.
  • Adoção universal: Todos os navegadores modernos passaram a suportar HTML5, e ele se tornou o padrão dominante da Web.

Link para documentação oficial HTML5 – W3C Working Draft (22 Jan 2008) https://www.w3.org/TR/2008/WD-html5-20080122/

2014 – HTML5 é finalizado pelo W3C

Torna-se o novo padrão oficial da web.

  • Substitui HTML 4.01 e XHTML como base para desenvolvimento web.
  • WHATWG continua com a versão “living standard” — HTML em constante evolução.

Em 28 de outubro de 2014, o W3C declarou oficialmente o HTML5 como uma Recomendação Final, encerrando uma década de desenvolvimento e consolidando-o como o novo padrão universal da Web. Essa finalização marcou o fim da era SGML/XHTML e o início da Web moderna, interativa, multimídia e semântica.

Contexto histórico e técnico

  • Início do HTML5: O desenvolvimento começou em 2004 com o WHATWG, como resposta à rigidez do XHTML e à estagnação do W3C. Em 2008, o W3C publicou o primeiro Working Draft do HTML5, e passou a colaborar com o WHATWG.
  • Finalização oficial: Em 28 de outubro de 2014, o W3C publicou o HTML5 como uma Recomendação Oficial, o nível mais alto de maturidade em seus padrões.
  • Motivação: A Web precisava de uma linguagem que fosse: Tolerante a erros; Compatível com dispositivos móveis; Capaz de lidar com multimídia nativa; Adequada para aplicações ricas e interativas.

Modelo de parsing e compatibilidade

  • HTML5 define um algoritmo de parsing próprio, abandonando SGML.
  • Navegadores devem seguir esse modelo para garantir interoperabilidade.
  • Documentos malformados são corrigidos automaticamente, sem quebrar a renderização.

Processo de validação

  • Foram realizados mais de 100 mil testes para garantir compatibilidade entre navegadores.
  • Mais de 4 mil problemas foram identificados e resolvidos antes da finalização.

Impacto e legado

  • Fim do Flash: HTML5 substituiu tecnologias proprietárias para vídeo, áudio e animações.
  • Web como plataforma: HTML5 tornou-se a base para aplicações web ricas, responsivas e multiplataforma.
  • Adoção universal: Todos os navegadores modernos passaram a suportar HTML5, e ele se tornou o padrão dominante da Web.

Link para a documentação do html 5 https://html.spec.whatwg.org/

2019–2025 – HTML Moderno e Living Standard

2019 – W3C e WHATWG unificam esforços

  • Assinam acordo para manter uma única especificação viva do HTML.
  • O HTML passa a ser mantido exclusivamente como living standard pela WHATWG.

2020–2025 – HTML moderno

  • HTML continua evoluindo com novas APIs e integração com CSS e JavaScript.
  • Suporte a Web Components, Shadow DOM, Custom Elements.
  • HTML é agora parte de um ecossistema de tecnologias web que inclui CSS3, ES6+, WebAssembly, etc.